Muitas vezes ouço mulheres que lutam para perder peso, falta de energia e outros problemas ligados ao peso e imagem corporal e descobri que a questão principal é que elas estão lutando com o seu “consumo emocional”. Às vezes, eles nem sabem disso no início, o que torna seus desejos para perder peso, ganhar energia ou resolver suas questões de imagem corporal quase impossíveis.
Quando estamos acostumados a usar o alimento para satisfazer uma emoção ou sentimento, estamos negligenciando a questão real e, na maioria das vezes, não estamos nos cuidando de forma emocional, mental, espiritual ou física.
A maioria das pessoas sente que comer emocional é uma maldição impossível de controlar e, no entanto, elas querem resolvê-lo imediatamente.
Antes de começar a discutir como lidar com o consumo emocional de forma saudável, é importante que entendamos o que não é verdade sobre a superação da alimentação emocional.
PARA ISSO VAMOS ENTENDER OS 4 MITOS SOBRE O COMER EMOCIONAL
Mito # 1 – Comer emocional é ruim.
Tanto quanto o consumo emocional pode parecer horrível e incontrolável, é realmente uma maneira muito natural de lidar com os desafios da vida. E isso nem sempre é completamente ruim.
A realidade é que os mecanismos de enfrentamento são essenciais para nos manter seguros e sentir-se bem. As tentativas de se sentir melhor são realmente muito saudáveis e completamente normais.
O comer emocional é frequentemente associado a sentimentos negativos. Por exemplo, comer uma pizza inteira após um longo dia estressante. No entanto, o consumo emocional também pode ser associado a sentimentos positivos. Por exemplo, comemorando uma promoção com uma porção de chocolate e uma garrafa de vinho.
Nenhuma dessas situações é ruim ou algo para se sentir vergonhoso. Estamos simplesmente comendo por prazer, que é realmente um instinto biológico para se sentir bem e evitar a dor.
Dica: trabalhe para mudar a maneira como você pensa sobre o consumo emocional. Pense em comer emocionalmente como um sinal que lhe diz que algo pode estar faltando em sua vida. Não esqueça de perceber o que é, mas apenas seja curioso e consciente da situação.
Mito # 2 – Você precisa ter força de vontade e autocontrole para parar a alimentação emocional.
A sociedade de hoje gosta de destacar a ideia de que a força de vontade e o autocontrole são necessários para perder peso ou alcançar o sucesso, mas a verdade é que o comer emocional não tem nada a ver com força de vontade ou autocontrole.
Comer é um instinto biológico e infelizmente (ou, felizmente, dependendo da sua perspectiva), a força de vontade não pode controlar o instinto.
Por períodos curtos de tempo, pode ser possível controlar e controlar seu desejo de comer emocionalmente, mas, eventualmente, seu instinto irá acompanhá-lo e sua alimentação emocional resultará em compulsão alimentar e provavelmente será muito pior.
Se a força de vontade fosse simplesmente a resposta, você acha que teremos a crise da obesidade que estamos tendo hoje em nosso país?
Compulsão alimentar e impulsividade não é algo tão simples que se limite a ter força de vontade e autocontrole.
Dica: perdoe-se por não ter essa chamada “força de vontade” ou “autocontrole”.
Mito # 3 – O alimento é o problema. Porque é delicioso e esta em toda parte!
Não consigo discutir com o fato de que a comida é deliciosa e esta presente em todos os lugares, porque vamos encarar que esta é uma verdade. Mas a realidade é que a comida não é o problema.
A maioria das pessoas tenta lidar com o consumo emocional obsessivo ao não comer determinados alimentos. Tudo que isso faz é fazer você pensar sobre o alimento ainda mais e eventualmente, você acaba com a compulsão alimentar muito maior do que você teria se tivesse tido lidado com isso de maneira equilibrada em primeiro lugar.
Dica: Em vez de se concentrar em não comer de emocional, é importante tentar encontrar maneiras de lidar com suas emoções e sentimentos diariamente, independentemente de você comer ou não esse chocolate ou porção de batatas fritas.
Mito # 4 – Substituir o consumo emocional por “autocuidado” ou distração é a resposta!
Muitos especialistas irão aconselhá-lo a fazer algum tipo de ato de autocuidado em vez de se “agarrar aos alimentos” para obter conforto. Eles vão dizer que, quando você sentir o desejo de comer algo “ruim”, saia de casa ou ligue para um amigo para conversar no celular.
Isso pode funcionar a curto prazo, mas provavelmente não funcionará a longo prazo.
É tão importante praticar o autocuidado diariamente e parar de negligenciar suas emoções. Como mencionei anteriormente, é igualmente importante fazer essas atividades prazerosas – e não apenas coisas que te distraiam – independentemente de você também comer suas emoções.
Quando começamos realmente a cuidar de nós – e principalmente a praticar o auto conhecimento – iremos parar de usar o alimento para o nosso auto conforto. Isso, naturalmente, levará tempo, mas confie em mim, cuidar de si mesmo, e se auto conhecer é realmente bastante agradável e pode até ser melhor do que aquele sorvete de 3 bolas coberto de calda.
Dica: Programe diariamente o autocuidado e pratique o auto conhecimento.
Agora que você está ciente dos mitos que existem sobre o consumo emocional, espero que você possa ver que a razão pela qual você está lutando, erra e isso não é sua culpa. É um problema profundamente enraizado (o que é completamente normal) que pode demorar algum tempo para ser trabalhado e resolvido, mas isso é plenamente possível.
Se precisar de ajuda para lidar com o comer emocional o trabalho de psicoterapia realizado aqui no GATDA pode ajuda-lo.
Autoria do texto:
Valéria Lemos Palazzo – Psicóloga e Neuropsicóloga
Idealizadora, Criadora e Coordenadora do GATDA – Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares, da Ansiedade e de Humor