Estamos reconhecendo agora que os fatores físicos desempenham um papel tão importante quanto as características comportamentais.
Por exemplo, pesquisas descobriram que, com o aumento de peso, há danos nas vias de sinalização no cérebro que dificultam as pessoas na perda de peso. O dano às vias de sinalização afeta o modo como o corpo e a mente respondem a um período de ingestão reduzida de alimentos; essencialmente levando a compulsão depois de um período de restrição.
Isso acontece quando uma pessoa tenta perder peso reduzindo a ingestão de alimentos, talvez com sucesso por algum período, mas o cérebro posteriormente responderá com um desejo exagerado de comida e desencadeará uma compulsão.
Imagine que esse mecanismo age semelhante a uma pessoa segurando sua respiração debaixo d’água por um longo período de tempo e, finalmente, tende acesso ao ar. Quando o corpo pode respirar novamente, ele não retoma uma taxa de respiração normal.
Em vez disso, o cérebro desencadeia uma respiração profunda e ofegante para absorver mais ar do que o normal, compensando o ar perdido enquanto está embaixo da água. Essa reação é semelhante ao que acontece quando o corpo experimentou uma ingestão reduzida de alimentos e, em seguida, talvez por causa de um problema de emocional ou comportamental, a pessoa “baixa a guarda”. Uma vez que a barreira é removida, o cérebro precisa compensar a privação com uma compulsão.
Valéria Lemos Palazzo – Psicóloga e Neuropsicóloga
Idealizadora, Criadora e Coordenadora do GATDA – Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares, da Ansiedade e de Humor