Se você acompanhar a longo prazo, as pessoas com dietas pouco variadas são mais propensas do que as que seguem as “não dietas” ou equivalentes para acabarem ganhando peso nos próximos dois a 15 anos após a dieta.
Por que isso acontece?
Dietas são estressantes, e desencadeiam um aumento na liberação dos hormônios do estresse, que estão ligados ao ganho de peso (particularmente visceral, aquela gordura localizada no abdomem). Isso também faz você suprimir e ignorar sua fome. Ao longo do tempo, isso pode torná-lo menos sensível às suas sugestões naturais de fome, tornando mais difícil ouvir o seu corpo e permitir que ele controle seu peso. Você se torna mais em risco de comer de forma emocional, comer por tédio e é mais vulnerável a estímulos ambientais que lhe dizem para comer mais do que o seu corpo realmente quer. Pesquisas sugerirem que uma dieta repetida torna o cérebro mais vulnerável para o comportamento de compulsão, mesmo após a dieta ter “terminado”. Um estudo de 2016 descobriu que, passar repetidamente por esses ciclos de fome, leva seu corpo a ganhar mais peso.
Quer perder peso?
Deixe seu cérebro confortável. Se você quiser 5 ou 50 quilos isso não significa que você deva abandonar seu prazer de comer. O que você precisa saber é que a resposta não é simplesmente comer de maneira restritiva. Faça isso e você vai ser tomado por essa resposta de fome – e sempre irá perder.
Um método mais fácil e sustentável é fazer coisas que tornem seu cérebro mais confortável com um peso menor. Em última análise, você pode diminuir o peso do seu “ponto de ajuste” (aquele peso para o qual sempre insite em retornar) para que seu corpo esteja feliz carregando menos gordura. Pesquisas realizadas tanto em animais quanto em humanos sugerem que comer uma dieta não refinada, menor densidade de calorias e alimentos simples é a chave. Isso significa comer da forma mais natural possível limitando o consuno de alimentos super processados, e dando ênfase a chamada “comida de verdade”.
Desenvolver o chamado comer intuitivo também é importante. Essa é uma abordagem de “ não dieta” que permite que você ouça seu corpo e nutra-o com o que deseja (as vezes um filé de frango grelhado, às vezes um brownie) nas quantidades desejadas (mais ou menos dependendo de sua fome). Lembre-se porem que provavelmente essas estratégias não irão levá-lo a uma perda de peso extrema, mas lembre-se que todos seremos mais saudáveis se concentrarmos nossos esforços em comportamentos mais saudáveis, em vez de somente na perda de peso.
Valéria Lemos Palazzo – Psicóloga e Neuropsicóloga
Idealizadora, Criadora e Coordenadora do GATDA – Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares, da Ansiedade e de Humor